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30 Out 2019

O que têm em comum cibercrimes, catástrofes naturais e terrorismo?

A cibersegurança tornou-se um tema incontornável e uma responsabilidade que tem de ser partilhada por todos. Mais ainda se pensarmos que a exposição a ataques e ameaças cibernéticas é permanente e real, e que os meios que detetam vulnerabilidades no contexto do ciberespaço são altamente sofisticados, capazes de provocar danos financeiros e reputacionais irreparáveis para empresas, organizações, marcas e pessoas.

De acordo com o estudo The Growing Challenge of Cyber Risk, elaborado pela consultora Oliver Wyman e com dados do Global Risks Report do Fórum Económico Mundial, o impacto estimado dos ciberataques tem um custo calculado para a economia entre os 50 mil milhões e os 120 mil milhões de dólares, algo comparável apenas aos efeitos provocados por um furacão de grande intensidade. O mesmo estudo revela ainda que o custo anual com os cibercrimes ronda o bilião de dólares e que o risco de um ciberataque é superior ao de um ataque terrorista.

À velocidade que a transformação digital evolui e o uso de inteligência artificial aumenta, cresce também o risco de exposição do ciberespaço a novos ataques, pelo que estes indicadores devem motivar uma reflexão estratégica e rigorosa entre todos os stakeholders com responsabilidades em matéria de cibersegurança.

Ao analisar o novo programa do Governo recentemente empossado, percebe-se que existe a preocupação em colocar o cibercrime entre os fenómenos criminais de crescente complexidade a par do terrorismo, do tráfico humano ou da moderna criminalidade económico-financeira. Confiamos, por isso, numa ação preventiva e num esforço coordenado e conjunto para responder eficazmente aos desafios do ciberespaço.

O .PT, enquanto entidade responsável pela gestão e operação do serviço de registo de domínios em .pt, tem feito por melhorar e acelerar a capacidade de resposta a incidentes de segurança através de soluções inovadoras que permitam um maior grau de resiliência, mantendo a confiança dos utilizadores e contribuindo para uma utilização mais segura e fiável da Internet. Num mês em que se assinala o Mês Europeu da Cibersegurança, vale a pena destacar dois projetos estruturantes, iniciados em 2019 e alinhados com a estratégia que estabelecemos em matéria de segurança: a plataforma webcheck.pt e o PTSOC, um Centro de Operações de Segurança.

A webcheck.pt é uma plataforma que resulta de um trabalho conjunto entre o .PT e o Centro Nacional de Cibersegurança e permite que qualquer cidadão ou entidade verifique, em tempo real, de forma simples e intuitiva, o nível de conformidade de um domínio de internet e de correio eletrónico com os mais recentes padrões para a comunicação segura entre sistemas. Estes padrões de segurança reduzem o risco de ataques, de manipulação de dados e informação, combatem a atividade maliciosa como fishing e spam, reforçando a credibilidade e fiabilidade dos sistemas e comunicações.

Três meses após o seu lançamento, a webcheck.pt conta com mais de 42.000 visitas e mais de 15.000 testes realizados, configurando um contributo para criar uma maior consciência e exigência em matéria de segurança por parte de quem tem uma presença online.

Já o PTSOC trata-se de um Centro de Operações de Segurança que está a ser desenvolvido para acelerar a capacidade de resposta a incidentes e ameaças cibernéticas em .pt. Este projeto, com elevados requisitos técnicos, tem o apoio da Comissão Europeia e assenta em três pilares fundamentais Pessoas, Processos e Tecnologia.

Desta forma, como acreditamos que a segurança é efetivamente uma responsabilidade partilhada, não só asseguramos a capacidade interna de resposta do .PT a incidentes de segurança como reforçamos a cooperação com todas as partes interessadas, em particular com a autoridade nacional, com a indústria de registos de .pt (agentes de registo) e a comunidade de utilizadores, dando o nosso contributo para o desafio de dimensão mundial que é a preservação de um ciberespaço aberto, livre e seguro.

Inês Esteves é membro do Conselho Diretivo do .PT.

Fonte: https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/o-que-tem-em-comum-cibercrimes-catastrofes-naturais-e-terrorismo
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